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5 Mitos sobre o mercado de ações!

por | 07/02/23 | 0 Comentários

O mercado de ações é um ambiente ainda distante da realidade e dia a dia da maioria da população e, também por isso, é cercado por mitos e verdades que às vezes confundem as pessoas, principalmente investidores de primeira viagem.

Alguns acreditam que investir em ações é somente para ricos, outros pensam que é arriscado demais, e outros acreditam que só é possível investir e obter sucesso no mercado acionário com elevada quantia de recursos. Na verdade, qualquer pessoa pode investir em ações, o risco é relativo e depende de diversos fatores.

Neste breve ensaio desmistifico alguns pensamentos sobre o mercado acionário para que você possa tomar decisões bem fundamentadas sobre o investimento em ações.

Mito 1: “investir em ações é uma aposta”

Essa interpretação faz com que muitas pessoas tenham medo e receio de investir no mercado de ações.

Como investidor você sempre vai participar dos lucros distribuídos pela empresa e do ganho de capital que elas produzem através de suas operações. É um jogo de ganha-ganha, entre empresa, consumidores, fornecedores, investidores e clientes.

Por outro lado, a aposta é um jogo de “soma zero”. O jogo apenas tira dinheiro de um perdedor e o dá a um vencedor. Nenhum valor é criado, ao contrário do investimento em ações, em que a riqueza geral de uma economia aumenta com o passar do tempo.

Resumindo: enquanto investir significa criar riqueza de uma maneira geral, a aposta é um simples jogo de “soma zero”.

Mito 2: ações sempre aumentam de valor

Esse é um mito que reaparece fortemente em momentos de alta e euforia no mercado. Se bem é verdade que o preço das ações tende a se valorizar no longo prazo, é normal que no percurso as ações apresentem altos e baixos em suas cotações, podendo passar uma década se desvalorizando, caso da bolsa de Nova York entre 1969 e 1981, ou uma década de forte crescimento, como foi o caso da bolsa brasileira nos anos 2000, apenas para citar dois períodos e exemplos.

Via de regra, para que o preço das ações aumente de valor no longo prazo, a empresa deve possuir, além de um bom negócio, excelentes administradores capazes de oferecer bens e serviços que gerem valor `a sociedade.

Curiosidade: O caso mais dramático e fora da curva é o da bolsa japonesa, que simplesmente saiu de 40.000 pontos, em 1989, para menos de 8.000 pontos em maio de 2003 (queda de 80% no período) e, atualmente,  encontra-se em aproximadamente 27.000 pontos…

Mito 3: é preciso ser rico para investir em ações

Para (começar) a investir em ações é possível e ideal começar com pouco dinheiro e aos poucos. Com o avanço da tecnologia, as informações se tornaram mais acessíveis ao público em geral.

Nos casos em que não é possível comprar os lotes padrões da B3 ou da NYSE, é possível que o investidor compre uma única ação, tornando perfeitamente possível o acesso a este mercado de pessoas com baixa capacidade de aporte em um primeiro momento.

Para a bolsa de valores, o mais importante é ter disciplina nos aportes e paciência para que os juros compostos façam sua mágica no longo prazo.

Mito 4: anjos caídos voltarão

Não se trata de passagem bíblica ou algo do gênero, mas sim, de uma expectativa equivocada de muitos investidores que, ao observarem uma determinada ação se desvalorizar bastante em um período de tempo, decidem pegar a “a faca” caindo, como costuma-se dizer por aí.

Exemplo atual é o das Lojas Americanas, que, após a fraude contábil, saiu de R$12,00 para R$2,72 em um dia, e alguns investidores desavisados correram para pegar o “turnaround” ou lucrar com operações de curto prazo, entretanto o “turn” nunca chegou e a ação caiu ainda mais, próximo a R$ 1,00 enquanto este texto era escrito.

Outro exemplo é o da Magazine Luiza: os papéis saíram de R$27,34, em novembro de 2020 para R$4,53 em janeiro de 2023. Quem resolveu pegar esta faca caindo, nesse período, desceu um tobogã com navalhas e caiu em uma piscina com álcool.

Mito 5: “um pouco de informação é melhor que nada”

Em parte, sim. Mas como o mercado de ações envolve risco, é importante que o investidor procure se informar sobre as empresas em que pretende colocar dinheiro. Se você não tiver tempo para estudar ou se aprofundar, procure um consultor para te auxiliar na tomada de decisão. O custo de investir em algo que não é totalmente compreendido supera em muito o custo de usar um consultor de investimentos. Outra opção é adquirir ETFs (Exchange Traded Funds, ou fundos de investimento) indexados com gestão passiva e baixo custo, garantindo, desta maneira, um retorno muito próximo do mercado, diversificação eficaz e risco ajustado.

Resumo / Principais conclusões

  • Investir não é o mesmo que jogar porque o investimento aumenta a riqueza geral de uma economia, enquanto o jogo apenas tira dinheiro de um perdedor e o dá a um vencedor.
  • O preço de uma ação sofre altos e baixos, mas tende a continuar subindo no longo prazo se a empresa for administrada por excelentes gestores e fornecer produtos e serviços considerados valiosos pela sociedade.
  • O mercado de ações não é apenas para ricos. Com os dados e as ferramentas de pesquisa disponíveis online, o mercado de ações está mais acessível ao público do que nunca. A possibilidade de comprar/vender em lotes fracionários permitiu acesso àqueles com menos recursos disponíveis para investir.
  • Comprar uma ação simplesmente porque seu preço caiu é uma boa estratégia de destruição de patrimônio; em vez disso, concentre-se em comprar empresas saudáveis e com bons fundamentos econômicos.
  • Ter um pouco de conhecimento ajuda, mas não é o suficiente para investir. Investidores bem-sucedidos estudam seus investimentos ou usam os serviços de um consultor confiável, ou ainda simplificam utilizando estratégias indexadas de gestão passiva e baixo custo (ex: ETFs)

Bernardo Abreu

Meu nome é Bernardo Abreu, sou formado em Administração de Empresas, com MBA em Finanças Executivas pelo IBMEC e pós-graduado na Wharton University da Pennsylvania em Serviços financeiros e tecnologia. Possuo experiência internacional em multinacionais, com atuação na gestão financeira de empresas do mercado Financeiro, infraestrutura e em meios de pagamentos.

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