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Início » Selic para o alto, bolsa para baixo: como se proteger dessa dinâmica

Selic para o alto, bolsa para baixo: como se proteger dessa dinâmica

por | 09/02/25 | 0 Comentários

Recentemente, nas redes sociais, têm surgido diversas dúvidas sobre como a taxa de juros básica da economia impacta o mercado de renda variável. Diante disso, decidi escrever este artigo com o objetivo de esclarecer essas questões e fornecer uma visão mais clara sobre o tema.

Nos últimos meses, o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou um novo ciclo de aumento da taxa básica de juros (Selic), que atualmente se encontra em 13,25% ao ano. Esse movimento tem gerado amplas discussões sobre os efeitos dessa elevação nos diferentes segmentos de investimento, entre eles no mercado de ações.

Neste artigo, vamos explorar de que forma altas e baixas da Selic influenciam as ações e qual a melhor estratégia para os investidores se posicionarem nessa dinâmica.

O que é a Selic e como ela impacta o mercado?

A Selic é a taxa de juros básica da economia brasileira, definida pelo Copom. Ela serve como referência para os juros cobrados nos empréstimos entre os bancos e impacta diretamente o custo do crédito, o consumo das famílias e o crescimento da economia. Quando a Selic sobe, o custo do dinheiro também aumenta, tornando os empréstimos mais caros e, muitas vezes, desestimulando consumidores e empresas a tomarem crédito.

Para facilitar o entendimento, imagine que você vai ao supermercado comprar carne. Se o preço da carne sobe, você vai pensar duas vezes antes de comprar, certo? O preço do dinheiro funciona de maneira parecida. Quando a Selic aumenta, o “preço” do dinheiro também sobe, tornando os empréstimos mais caros e fazendo com que as pessoas e empresas pensem duas vezes antes de tomar crédito.

O impacto da Selic nas ações: fluxo de dinheiro e resultado financeiro

O aumento da Selic geralmente tem um efeito negativo sobre o mercado de ações. Isso ocorre porque, com a alta dos juros, os investidores migram seu capital para a renda fixa, que oferece rendimentos mais previsíveis e de baixo risco. O gráfico abaixo é o resultado da pesquisa da XP que revela o interesse dos investidores. Ele ajuda a entender essa migração de capital:

Houve um salto no interesse da renda fixa de 78% em novembro para 85% em Dezembro. Note que as ações e FIIs que já tinham baixo interesse, reduziram ainda mais, saindo da casa dos 30% para 18%. Afinal, quem quer correr risco na variável podendo obter 1% ao mês livre de risco?

Este movimento gera o que chamamos de “queda por fluxo“, quando o capital que antes estava alocado no mercado de ações migra para a renda fixa. Como resultado, há uma venda em massa de ativos, o preço das ações cai e a liquidez no mercado de ações se reduz.

Em 2024 a bolsa registrou sua menor liquidez em dólares desde 2018, com um volume financeiro médio diário de US$ 3,5 bilhões, refletindo uma retração de 14,9% em relação ao ano anterior.

Além disso, um ponto menos discutido, mas crucial, é o impacto da alta da Selic no resultado financeiro das empresas. Muitas empresas se endividam para crescer e, quando a Selic sobe, o custo de suas dívidas também aumenta.

Se o custo da dívida sobe, uma parte maior do lucro da empresa é consumida pelo pagamento dos juros, o que reduz o lucro disponível para os acionistas e, consequentemente, leva a uma queda nas ações. Este efeito é ainda mais perceptível quando empresas com grande alavancagem financeira, como a Fleury, veem o peso das dívidas crescer significativamente com a alta da Selic.

O contrário também é verdadeiro. Veja abaixo a despesa financeira da Magalu entre o 3T23 e 3T24, período em que a Selic reduziu de 13,75% para 10,75% e a proporção da despesa financeira contra a receita líquida caiu de 5,3% para 4%, restando mais dinheiro no lucro líquido e para o acionista:

Abaixo gráfico do período de 2008 a meados de 2024 que ilustra a relação da Selic (linha laranja) e o comportamento da bolsa (linha azul):

Nos ciclos de corte (quando a Selic reduz) destacados no gráfico acima, a bolsa apresentou retornos significativamente positivos em dois deles, com ganhos anualizados de +82% e +21%. No entanto, em outros dois ciclos, o desempenho foi levemente negativo devido a crises pontuais, como a crise da dívida dos países europeus em 2011 e a pandemia de 2020, ambos com queda de -2% anualizada.

Durante o ciclo de corte iniciado em agosto de 2023, o Ibovespa subiu cerca de 18% até agosto de 2024, mas, ao ser revertido para o ciclo de alta da Selic, a bolsa voltou a registrar uma queda de 6,43% até o momento.

Desaceleração econômica e a relação com a Selic

Um aspecto fundamental ao se analisar o impacto da Selic no mercado é a desaceleração econômica. O aumento da Selic é uma das principais ferramentas do Banco Central para controlar a inflação, mas essa medida também leva a uma desaceleração da economia. Com os juros mais altos, as pessoas evitam se endividar e o consumo diminui.

Além disso, as empresas tendem a adiar investimentos e expansões, o que reduz a geração de empregos e o crescimento da economia. Quando isso acontece, as empresas vendem menos, lucram menos e, consequentemente, as ações tendem a cair.

No entanto, é importante destacar que esse ciclo é cíclico: quando a Selic começa a ser reduzida, o fluxo de dinheiro tende a migrar de volta para a renda variável, empresas gastam menos com dívidas, o consumo aumenta, as empresas expandem suas operações e, com isso, o lucro das companhias sobe.

Oportunidades de investimento e estratégias

Apesar dos desafios trazidos pela alta da Selic, existem oportunidades no mercado de ações. Para se posicionar de maneira inteligente, uma boa estratégia é selecionar empresas com fundamentos sólidos e resiliência diante de cenários adversos.

Cuidado com a alavancagem: Em um ambiente de juros elevados, empresas com alta alavancagem ficam mais vulneráveis ao aumento do custo de suas dívidas. O Brasil é um país com uma taxa de juros volátil, o que torna empresas com dívidas altas especialmente arriscadas. A alta da Selic pode fazer com que essas empresas lutem por anos para pagar seus credores, o que prejudica a estrutura de capital e compromete a geração de valor para os acionistas.

Priorize os pilares da economia: Empresas dos setores elétrico, financeiro e saneamento são mais resilientes em tempos de incerteza econômica. Esses setores tendem a ser menos afetados pela volatilidade e podem oferecer boas oportunidades de investimento, especialmente quando a economia está desacelerando. Embora seja possível diversificar para outros setores, essas áreas são fundamentais para uma carteira sólida em momentos de alta da Selic.

Cash is king: A geração de caixa é essencial em um cenário de juros altos. Empresas que conseguem gerar caixa suficiente têm mais liberdade para se sustentar em momentos de crise, sem a necessidade de recorrer a financiamentos externos. Empresas com boa gestão de caixa são mais capazes de enfrentar ciclos econômicos adversos e garantir retornos consistentes para seus acionistas.

Dividendos importam: Empresas que pagam dividendos consistentes merecem atenção. O pagamento de dividendos é um sinal de que a empresa gera caixa e lucro, e, em tempos de crise, isso representa uma forma de ganho duplo para os acionistas: dinheiro no bolso e maior estabilidade no preço das ações. Em momentos de baixa, empresas que distribuem dividendos têm uma maior tendência a manter seus preços mais estáveis, o que traz um benefício adicional de proteção ao portfólio.

Invista em qualidade, sempre: Evite a tentação de esperar que empresas consolidadas apresentem quedas significativas no preço das ações (market timing). Empresas de qualidade, como as líderes de mercado, são mais capazes de atravessar crises e, frequentemente, não têm grandes quedas.

Como disse Warren Buffett, “Prefira comprar empresas espetaculares por preços bons do que empresas boas por preços espetaculares”. Empresas consolidadas têm mais chances de se destacar em momentos difíceis, superando as adversidades e ganhando participação de mercado.

Resumo

  • A alta da Selic impacta o mercado de ações, tornando os investimentos mais caros e desestimulando o consumo e os investimentos.
  • Quando a Selic sobe, os investidores migram seu capital para a renda fixa, o que leva a uma queda no valor das ações devido à redução da liquidez no mercado de ações.
  • O aumento do custo da dívida, especialmente para empresas altamente alavancadas, reduz o lucro disponível para os acionistas, causando queda nos preços das ações.
  • A desaceleração econômica impulsionada pela alta da Selic também impacta negativamente os lucros das empresas, o que reflete nas ações.
  • Oportunidades no mercado de ações: evite empresas com alta alavancagem, foque em setores essenciais, empresas com forte geração de caixa e aquelas que pagam dividendos consistentes.
  • Em um ambiente de juros elevados, qualidade e solidez são cruciais. Empresas consolidadas, com boa estrutura financeira, têm maior chance de prosperar e garantir bons retornos a longo prazo.

Se você quer aprender a selecionar empresas bem posicionadas e desenvolver uma estratégia de investimento sólida, estou aqui para ajudar. Vamos conversar sobre como você pode tomar decisões inteligentes e alcançar seus objetivos financeiros. Me envie uma mensagem no WhatsApp clicando aqui.

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(Todas as ações mencionadas neste artigo são utilizadas com propósito educacional, não havendo nenhuma recomendação direta, indireta ou intencional de compra ou venda de papéis)

Bernardo Abreu

Meu nome é Bernardo Abreu, sou formado em Administração de Empresas, com MBA em Finanças Executivas pelo IBMEC e pós-graduado na Wharton University da Pennsylvania em Serviços financeiros e tecnologia. Possuo experiência internacional em multinacionais, com atuação na gestão financeira de empresas do mercado Financeiro, infraestrutura e em meios de pagamentos.

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